LIBERTAR AS CORRENTES

A receita da vida!

A receita da vida!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Em pré-visto


O horizonte inebriante sobrepuja a capacidade de reflexão ondular. Fácil seria a oração estúpida esculpida de um cuspe alheio que sobrasse no seu rosto entalhado como uma madeira cheia de cupim.
O impulso é uma variante da coragem reprimida dentro do querer absurdo, tão falante, tão gritante que lhe deixa surdo. Como se não fosse dono dos movimentos, o corpo agi pra lá, pra cá sem previsão de momento  e na calada do silêncio, esperneia o que sempre esteve ali subentendido, guardado, torna-se desprendido, onde nele traz a razão de um ser não arrependido.
O pulso tem que ser forte para controlar o incontrolável. Incessante, inerente, as vezes incoerente, seguir os pensamentos é uma variante nada descente, no universo da perfeição, o torna um demente, desprovido da segurança, sem ter o que fazer, na cegueira que um dia alcança.
Ouço, quando a surdez é grande, as batidas do coração falam e em tom de uma nota só constroem uma melodia, que não sabe se é cedo ou tardia de uma vontade que até arrepia. Nesta estrada desconexa, mesmo irregular, mesmo sem medida, no meio da escuridão a única luz que é possível de se enxerga é a que se pode, vida.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vista cansada


Doce vida cajuína, é assim, sem nexo permaneço caminhando por um mundo sem destino, com caminhos tortuosos.  Espinhos, a rosa só é vermelha, pois o sangue que escorre da ferida do meu peito derrama sobre os seus lindos cabelos que teimam em balançar para o outro lado.
Ao te ver o ar fica tão rarefeito que o efeito, que o feito, consumado não se fez e na espera de um acalanto, um sorriso, provocar o seu pranto eu não consigo, só caio no abismo, no vazio de uma escuridão. Triste fogo da vontade que se apaga na primeira lágrima escorrida na tua ausência minha linda, no teu disfarçar de um olhar que cisma em casar com outros olhares.
Desde então cai na escuridão, em um mundo fundo sem voltas, percorrendo atrás de um sentido, para direita, para a esquerda, acima ou abaixo não sei, a única certeza que tirei disto tudo é que o não sentido é o que me satisfaz mais, me traz alegria, irreverência, me leva a novas tendências.
Procurei em outros olhos encontrar a felicidade, eles sempre sorriram para mim com perfis convidativos, com um chamado extremamente instigante, conferi, gostei e nunca mais me lembrei e dos teus nunca mais me lembrei. Sai vagando por ai, fazendo festa, algazarra, aproveitando tudo que a vida me endereçara, sem me preocupar, com o tom que estava de onde vinha o olhar.
Em certa ocasião, me olhei no espelho, há tempos não o fazia e descobri em mim os olhos que deixei para trás, aqueles que eu fingi ter deixado de lado, a partir daí comecei a me embriagar, até que fosse possível me esquecer, não ser você, não...